quinta-feira, 5 de abril de 2012

A primeira badaladaaaa)))))))))))))))))))))))))


A primeira badaladaaaa)))))))))))))))))))))))))
Por Tulio Brandão 


 
O intervalo entre as paradas de Snapper e Bells me fez lembrar que este é um ano de tiro curto, de poucas etapas. Serão dez – isso se a indústria, em crise, não resolver cancelar outra prova durante a temporada.
Adriano de Souza parece ter percebido que não há tempo para brincadeiras: começou avassalador na Gold Coast, com um vice-campeonato com cara de título, e, nesta semana, em Bells, abriu os trabalhos num ritmo feroz. Seu surfe potente, veloz e fluído se encaixa bem na direita mais tradicional do circuito mundial.
Sem exagero ou patriotada, não faltam argumentos para dizer que Mineiro está, mais uma vez no ano, numa seletíssima lista de favoritos. Vejo-o nas finais novamente. Mas, mesmo que, por algum acidente de percurso, ele não esteja lá, seu futuro parece sólido em 2012.
Na entrevista obrigatória do vencedor no round 1, o jornalista quis lhe depositar nas costas o peso de maior candidato a um futuro primeiro título mundial para o Brasil. Mas Adriano falou apenas do presente. Parece ter entendido que, afinal, é só isso o que importa. Na transmissão em inglês, os comentaristas o apoiaram: “smart responses”.
Dois outros brasileiros pareceram encaixados às curvas enganosas de Bells nas fases iniciais: Jadson André e Raoni Monteiro. No round 2, contra o amigo Heitor Alves, Jadson fez o jogo da verticalidade, surfando com pressão o tempo todo. Raoni usou seu DNA de Saquarema para surfar muito bem nas variáveis da onda australiana, com linha, verticalidade e rotações.
O outro brasileiro salvo da degola do round 2 foi Gabriel Medina. Alçado ao topo ano passado, ele estreou mal este ano, com duas derrotas em Snapper. A primeira vitória do ano, em Bells, pode lhe dar a calma necessária para que ele volte a fazer o que mais sabe: surfar.
A lamentar, além da eliminação de Heitor, as derrotas prematuras de Alejo Muniz e Miguel Pupo. Alejo, em especial, tem uma linha de surf bem adaptada a Bells. Parou no round 2 para um inspirado Yadin Nicol. Miguel teve nas mãos a chance da vitória, mas caiu na manobra mais importante da onda que selaria a sua virada em cima de CJ Hobgood.
A decepção da temporada, até agora, é Julian Wilson. Nas etapas finais do ano passado, o australiano estava faminto, com cara de que abriria 2012 como um dos candidatos ao título. Foi escovado por Joel Parkinson em Snapper e, em Bells, apresentou um surf lento, insuficiente para vencer Kai Otton no round 2. Será que ele vai acordar no meio do ano, como em 2011?
Além de Adriano, estão na lista vip de Bells alguns nomes recorrentes, como Joel Parkinson e Taj Burrow, e novidades, como John John Florence. O garoto havaiano ganhou maturidade e é capaz de vencer em todas as ondas, como poucos no mundo.
Para o Brasil, seria o momento certo para uma vitória em Bells. No masculino, já ocupamos todos os lugares do pódio, menos o reservado ao maior sino. É hora de levantá-lo.

Tulio Brandão é jornalista e autor do blog Surfe Deluxe. Trabalhou nove anos no Globo como setorista de meio ambiente e outros três anos no Jornal do Brasil, onde cobriu surf e outros esportes de prancha. Atuou ainda como gerente de Sustentabilidade da Approach Comunicação. Ganhou dois prêmios Esso, um Grande Prêmio CNT e um Prêmio Abrelpe.

Um abraço do blog homem ao mar surf por toda vida a você Tulio, você é um dos melhores e respeitados jornalistas ligado ao surf no Brasil, valorizando e respeitando um esporte que ainda  é conhecido por poucos na integra.

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